« Mais um objectivo traçado neste longo ano foi cumprido.
Agarrei esta oportunidade que me foi concedida, e não a desperdicei. Não vou esquecer a noite passada (21/01/2012), pois marcou-me para toda a vida. Algumas histórias foram ouvidas. Outras conversas foram estabelecidas. Mas acima de tudo, ver o sorriso destas pessoas, que estão sujeitas a uma pequena condição irrelevante, foi gratificante. Com um simples "boa noite, como está o senhor?", podemos deixar estas pessoas mais completas em mais uma noite fria da nossa Lisboa. Reforço a palavra PESSOAS, porque tal como eu, tal como tu, tal como vocês todos, eles, a quem toda a gente chama sem-abrigo ou mendigo (até eu próprio), são pessoas normais. Aprendi com esta experiência a não pensar da maneira que a maioria dos portugueses pensa, a não pensar que as pessoas sem-abrigo são uns coitadinhos, mas sim pessoas em que devemos apostar. Tal como estas pessoas estão neste momento, também um dia qualquer um de nós pode estar no lugar deles. Ninguém está livre de isso lhe acontecer. E é por isso que devemos apostar na reinserção destas pessoas, ajudando-as com pequenos gestos, "passo a passo... grão a grão", através de voluntariado, colaborando com associações como a Comunidade Vida e Paz, que faz todas as noites um trabalho excelente na cidade de Lisboa.
Esta comunidade, fundada em 1989, ajudou-nos muito para a realização do São Paulo ao Rubro 2012, e agradeço por todo o apoio e compreensão dado nesta noite. Com a ajuda deles, sentimos que não andamos neste mundo apenas por andar, mas sim para deixar a nossa marca com pequenos gestos ao longo da vida. Somos Caminheiros, e o nosso lema é SERVIR!, e foi o que tentámos fazer da melhor maneira possível nesta actividade.
Todas as pessoas devem ter uma segunda, terceira ou até quarta oportunidade de viver. Apenas devem agarra-la no momento oportuno. E nesse dia de certeza que um voluntário da Comunidade Vida e Paz vai lá estar, é para isso que eles cá estão. =)
Mais uma vez, muito obrigado à Comunidade Vida e Paz pela experiência que me fizeram viver e a toda a tribo que me acompanhou nesta aventura. Obrigado a toda a equipa que preparou esta actividade.
E não nos podemos esquecer:
Gritar a toda a gente
Que sou CAMINHEIRO! »
Tiago Pinto
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